Waldermar Bíscaro, 78 anos, é um dos principais esportistas de Rio Claro e fundador da primeira academia da cidade, a Apolo, além de campeão mundial de Luta de Braço de Ferro e multicampeão no halterofilismo. O ex-atleta relembra como foi a construção do chamando “templo dos treinamentos”.
“A ideia da academia surgiu em 1976 com sete pessoas no Jardim Público, começamos a fazer os equipamentos. Um segurava o ferro, outro cortava e soldava e foi acontecendo. Começamos a treinar e em seguida compramos alguns aparelhos e pesos e surgiu a Apolo”.
Um dos grandes feitos de Bíscaro foi a conquista do mundial de Braço de Ferro na Índia em 1980.
“Começamos a competir e montar a equipe com os que iam se destacando e sempre treinando e subindo de posição nas competições. Passamos a ser convidados para competir em todo o estado de São Paulo até chegar ao mundial. Fui convocado, assim como outros atletas da academia, mas eles não puderam ir. Na época o prefeito Nevoeiro Júnior me deu a passagem e consegui trazer o título para Rio Claro e Brasil”.
Para ele a equipe formada na academia era o diferencial para as inúmeras conquistas estaduais e nacionais.
“Nós tínhamos uma equipe boa, só iam para os campeonatos os destaques da academia. Nos ensinávamos a treinar, competir e as conquistas iam acontecendo naturalmente a cada competição”, finalizou Waldemar Bíscaro.
Letícia Bíscaro, filha de Waldemar, acompanhou de perto as conquistas e o crescimento da Apolo, onde trabalhou desde os 13 anos. Ela relembra em detalhes como tudo aconteceu e o sucesso da academia.
“Meu pai servia o exército no Rio de Janeiro e ele era o responsável pela academia, quando ele retornou pra Rio Claro não existia academia aqui na cidade e conversando com os amigos eles resolveram fazer os pesos e treinar no quintal da casa da minha avó. Com o número de pessoas aumentando o espaço ficou pequeno e em 1976 ele e mais dois amigos resolveram abrir a academia Apolo”.
Letícia relembra o respeito e idolatria que os alunos que frequentavam a Apolo tinham por seu pai nos treinamentos.
“À tarde meu pai chegava para treinar e todos ficavam esperando e olhando pra assistir e ver quanto peso ele iria levantar. Era uma atração, parava a academia para ver o treinamento do meu pai”.
Atualmente a família mantém um barracão e os equipamentos para manter a história e estão dispostos a vendê-la para uma pessoa de confiança.
“Cerca de dez antigos alunos ainda treinam lá, eles têm a chave, meu pai tem interesse em vender, mas não pra qualquer pessoa, porque ele quer manter o contato com tudo que construiu e que faz parte da sua história”, finalizou Letícia.