Ana Beatriz passou por dois atendimentos na UPA da 29 mas foi liberada. Na terceira vez, em menos de uma semana, foi tarde demais e ela morreu

Presidente da Fundação Municipal de Saúde diz que a mãe da menina que morreu após atendimentos na UPA da Avenida 29 foi chamada para acompanhar investigação

O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Marco Aurélio Mestrinel, se manifestou nessa quarta-feira (10), em entrevista no Grupo JC de Comunicação, a respeito da morte de uma criança de quase três anos de idade na semana passada após passar por atendimentos na UPA da Avenida 29, fato que está em investigação na Polícia Civil, uma vez que a mãe da menina aponta suposta negligência médica. Segundo o titular da autarquia, um processo interno também está em andamento.

“A gente fica em alerta 24 horas por dia, a Fundação de Saúde tem um sistema que gerencia a atenção de urgência e emergência, que é a deste caso. Temos duas UPAs, com toda administração. Todos funcionários estão lá para dar um bom atendimento, e quando acontece um resultado inesperado, (…) o prefeito Gustavo no próprio dia me ligou e na segunda-feira a pedido dele tomamos todas as providências, embora isso seja de praxe”, explica.

O Cismetro, que é o consórcio que fornece a mão de obra médica terceirizada para as UPAs, foi notificada. “Nos avisou que afastou preventivamente [o médico], mas isso é uma coisa interna deles, não temos ação nisto, a nossa é dar a devida gravidade ao caso sem pré-julgar ninguém, sem sair condenando, sem usar politicamente do fato, estamos preocupados com a família e a verdade. Instauramos uma sindicância interna, vamos encaminhar para o conselho de ética da Fundação que analisa, e se achar que há algum indício encaminha ao Conselho Regional de Medicina”, acrescenta.

Mestrinel também destaca que a investigação da Polícia Civil vai dizer qual a conduta seguir, a depender do resultado da apuração. “As ações são diárias, não estou dizendo que houve um erro, mas no atendimento estamos agindo preventivamente”, diz. Nos preocupamos demais com a família [da criança]. Marcamos com a mãe para ela acompanhar toda a lisura do processo na Fundação Municipal de Saúde, com toda independência. Infelizmente ela não pôde ir, mas abrimos as portas para ela acompanhar”, afirma.

Todos os dados de atendimento foram levantados e as ações possíveis estão sendo executadas. “Temos todo interesse do mundo em chegar à verdade, mas tomando o cuidado de não pré-julgar, ficamos muito consternados com a situação, que incomoda a todos. Enquanto secretário estamos fazendo todo o possível, a instituição tem que seguir com respeito”, diz. Somente na segunda-feira (8) foram realizados mais de 180 atendimentos de pediatria somente na UPA do Cervezão, por exemplo. “A média é 80 ou 90. Com fatos inesperados temos que agir com toda rapidez. Trabalhar com dinheiro público temos que ter honestidade”, finaliza Mestrinel.

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