O aposentado Orivaldo Palmero, 85 anos, comprou o veículo exclusivamente para usar em passeios com a família

Orivaldo e Pedro Palmero

Há outros carros, mas a família desejava um veículo maior para usar em passeios como no litoral, rios, pescarias e até caçadas. “Eu sempre quis comprar uma Caravan dessas, admirava quem tinha, até que um dia apareceu”, e ele não teve dúvidas: comprou.

Dali para frente foi usada só para passeios: “eu gostava muito de viajar para longe, em pescarias, e cabe muita coisa atrás dela”, se referindo ao porta-malas de 784 litros. Conta que viajava para Goiás, Mato Grosso e todo o estado de São Paulo, no período de férias, a família descia para o litoral paulista, todos felizes e com o carro lotado de bagagens.

Além de usar a Caravan para viajar, o aposentado chegou a trabalhar com ela, mas dava preferência a uma lambreta por ser mais econômica, explica que a Caravan é muito gastona, faz de 5 a 6 km/l na cidade.

O aposentado Orivaldo Palmero, de 85 anos, comprou o carro zero km na cidade de Leme, na época era funcionário da antiga Cesp. “Um amigo avisou: tem uma Caravan do jeito que você gosta, branquinha, está linda”.

A Caravan é ano e modelo 1978, de luxo, 4 cilindros e 4 marchas. Comenta que foi uma excelente oportunidade financeira, na cor que ele queria e de um ano muito bom: “foi um ano das melhores saídas da Chevrolet”, explica.

É mantida toda na originalidade com manual do proprietário, a Caravan poderia até ter placa preta. Orivaldo trocou apenas itens que se desgastam com o tempo, como tapete, pneu e bateria. “Fiz questão de deixar como eu comprei na época”. Até hoje rodou 108 mil km com o carro, mas garante que o motor dela roda até 300 mil km: “acho que eu vou morrer e não vou usar tudo isso”, comenta, rindo.

Na década de 80, o filho Pedro exercia a função de vendedor de produtos farmacêuticos, devido ao espaço interno da Caravan, usou o carro para trabalhar, transportando caixas.

O carro ficou parado por 23 anos, mas sempre manteve ela limpinha e em lugar fechado, nunca pegava sol ou chuva, na verdade mantém assim até hoje e explica: “o que estraga a pintura é sereno e sol”.

Apesar de a esposa achar ruim por ele tomar muito espaço na garagem, o carro é o xodó da família toda. “Ela traz muitas lembranças, todos casamentos que nós fomos padrinhos as noivas tiravam foto em frente à Caravan”, comenta Orivaldo. A família coleciona muitas histórias alegres e algumas tristes, já transportaram familiares doentes para cidades da região, como Campinas.

Gosta mais do conforto e do espaço que ela proporciona e fala: “ela adere bem ao chão, não tem problema de freio, ela segura mesmo no lugar e é um motor possante, ela fica macia quando você carrega lá atrás, as cinco pessoas sentadas e mais peso atrás, aí é que ela fica gostosa”.

No painel um toca-fitas autorreverse revela sua originalidade, o aposentado se gaba: “a gente não estragava nada, eu sou um cara que cuida das coisas, então o que podia estragar aí?”. Admite que numa época o carro parou de dar o resultado esperado, mas foi por causa da gasolina adulterada que vendiam naquele tempo.

Já tentaram comprar a Caravan antes, mas, como Orivaldo recusou todas as ofertas, diz que não precisava vender e também gostava dela. “Agora, no fim da vida que a gente tá né (risos), são 85 anos, já não é tempo mais de segurar coisas… talvez eu até venda hoje, mas não há necessidade”, porém, se depender do filho, isso jamais irá acontecer: “esse carro vai ser a história da família, nunca iremos dispor desse veículo”, afirma o filho Pedro Palmero, que garante ser um saudosista. Ele pretende conservar as memórias afetivas que o veículo proporcionou à família, por isso garante: “Vai ficar na família eternamente”.

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