A ré no caso da morte da idosa Marina Aparecida Grassi enfrenta nesta terça-feira (3) o júri. O caso aconteceu em maio de 2023 e chocou a cidade de Rio Claro pela crueldade com que a vítima de 75 anos foi assassinada.
Consta no boletim de ocorrência que, quando os policiais militares chegaram na residência da idosa, a encontraram ensanguentada e morta no chão do quarto com os pés sobre a cama. Na cozinha se depararam com um comerciante contendo uma mulher que foi identificada como a autora do crime. Esse comerciante estava em seu estabelecimento que fica ao lado da casa da idosa e ouviu por gritos de socorro. Ele se dirigiu até o portão e foi atendido por uma mulher que disse que a idosa tinha levado um tombo e que não queria ser incomodada. Desconfiado por ter sido impedido de entrar, chamou por um outro vizinho e também pediu ajuda para sua funcionária. Os três forçaram o portão e entraram no local, onde encontraram Marina morta.
A autora, ao ver que o comerciante pediu para os amigos chamarem a polícia, retirou uma faca da bolsa e tentou atingi-lo. Eles entraram em luta corporal e o comerciante conseguiu desarmar a criminosa até a chegada da PM.
O Jornal Cidade teve acesso ao interrogatório da autora que alegou que estava indo em uma loja de utilidades na Rua 1 quando passou na casa da idosa cujo nome não sabia, mas a chamava de “Meu Anjo” e pediu um copo de água e permissão para ir ao banheiro. Alegou que ambas se conheciam, pois ela já tinha vendido algumas trufas de maracujá para Marina. Que após isso sentou-se no sofá da sala e que a idosa teria vindo com uma faca na mão para matá-la e que apenas agiu em legítima defesa e que não tentou roubar nada.
A investigação apontou que essa versão apresentada não condizia com os fatos. A vítima foi encontrada com perfurações por todo o corpo, parcialmente decapitada e com sinais de que com as poucas forças que tinha tentou se defender da autora como apontou um laudo pericial. Dentro da bolsa da ré foram encontrados R$ 200,00. O relatório final da Polícia Civil aponta que a ré, que vai enfrentar o júri nesta terça, tentou roubar a idosa e, por motivos alheios ao que havia planejado, acabou executando-a brutalmente.
Prisão
No dia do crime (9 de maio) a ré foi presa (foto acima) mas depois saiu da cadeia na audiência de custódia um dia depois (10 de maio). Após questionamentos do Jornal Cidade, o Ministério Público informou na época que o fato da autora ter uma filha de nove anos motivou o pedido de prisão domiciliar. No dia 11 de maio a Polícia Civil recebeu a informação de que a autora do crime não estaria em casa. Ao se dirigir até a residência, descobriu que ela havia fugido para a cidade de Leme. O caso foi informado à Justiça, que optou por revogar a prisão domiciliar pelo descumprimento e também pela má repercussão do caso.