O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento de Migrações da Secretaria Nacional de Justiça, registrou portaria para declarar a perda da nacionalidade brasileira do rio-clarense Renato De Matteo Reginatto por ter adquirido a nacionalidade italiana conforme decreto que regulamenta a Lei de Migração no Brasil.
A portaria foi declarada em 12 de fevereiro, terça-feira da semana passada, mesmo dia em que o ex-diretor do Instituto de Previdência de Rio Claro foi preso pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) em Roma, na Itália, mas foi publicada no Diário Oficial da União de ontem, 19 de fevereiro. O nome de Renato está incluso numa lista com outros 11 brasileiros que também reivindicaram a declaração através de processos.
Prisão
Reportagem do JC na quarta-feira (13) evidenciou que De Matteo foi detido ao desembarcar de um voo oriundo dos Estados Unidos na capital italiana. O rio-clarense integrava a lista de procurados pela Interpol após a Polícia Federal deflagrar a Operação Encilhamento, a qual aponta o rio-clarense como principal autor de um esquema de desvio de recursos de fundos de pensão municipais de várias cidades brasileiras que pode alcançar R$ 1,3 bilhão.
Na quinta-feira (14), o Jornal Cidade noticiou que a Polícia Federal acionou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para que solicitem junto à Itália a extradição do preso para o Brasil.
Extradição
Nessa terça-feira (19), a reportagem questionou a Polícia Federal e o próprio Governo Federal sobre a implicação da perda da nacionalidade brasileira de Renato e se esta foi uma manobra para dificultar ou inviabilizar o pedido de extradição. Até o fechamento desta matéria, no entanto, não recebeu retorno.
Já a defesa do rio-clarense, novamente consultada, afirmou ao JC que não tem nada a declarar sobre o caso pelo qual seu cliente está sendo acusado.
Acusação
Por meio da Operação Encilhamento, a Polícia Federal investiga fraudes em institutos de previdência de todo o país e, segundo o relatório da corporação, o rio-clarense Renato De Matteo Reginatto é o mentor do esquema que movimentou R$ 1,3 bilhão em recursos. Desde 2016 que Renato residia nos Estados Unidos com a família. Informações de parentes negam que sua esposa tenha sido presa também.