Resultado de estudos foi apresentado para o poder público e órgãos envolvidos no mês de maio. Foto: Matheus Oliveira/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo

Lucas Calore

A taxa de mortalidade infantil de Rio Claro, que ocorre no primeiro ano de vida do bebê, ficou acima da média do Estado de São Paulo quando considerada a cada mil nascidos vivos em todo o ano de 2016, segundo estudo que o Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil de Rio Claro apresentou ao poder público no último mês de maio.

Mortes

O município obteve uma taxa de 11,6, enquanto no estado paulista foi de 10,7 em 2015. No Brasil, a equivalência também no ano de 2015 foi de 13,82. Segundo estudo, 47% dos municípios paulistas possuem taxa mortalidade infantil de apenas um dígito.

De acordo com a médica pediatra Drª Denise Prado, presidente do Comitê, o cálculo refere-se aos nascidos em Rio Claro (22), incluindo-se famílias de Santa Gertrudes (3), Analândia (1), Corumbataí (0), Itirapina (2) e Ipeúna (0), o que totalizam 28 mortes de bebês. Em relação a óbito fetal, em que o bebê morre dentro da barriga da mãe e que tem mais de 22 semanas, foram 18 casos no último ano, sendo dois por sífilis congênita. Seis dos casos foram de bebês maiores que 35 semanas, próximos a nascer.

Causas

“Mostramos como são nossos casos e a abordagem. Ficaram assustados, pois quem tinha uma visão segmentada viu o tamanho do problema que resulta no óbito evitável. Rio Claro não é uma cidade que tenha problemas estruturais tão graves a ponto de perdermos essas crianças”, opina a médica.

O tratamento inadequado da gestante foi responsável por seis casos da mortalidade infantil no município. “A maioria não teve um pré-natal adequado. São gestantes que demoraram no retorno, que demoraram a fazer exames ou até mesmo não o fizeram”, detalha. Outro ponto que destaca a problemática refere-se ao resultado dos exames que demoram a ficar prontos, que podem chegam até dois meses depois.

Diretrizes

O Comitê responsável pelo estudo, propõe diretrizes para diminuição das taxas, como melhora do pré-natal através da capacitação e educação continuada de todos profissionais envolvidos. Melhorias no fluxo de exames com datas e prazos preestabelecidos e priorização do atendimento de bebês vulneráveis inseridos no Programa Municipal “Bebê de Risco” são outros pontos em destaque para reforço no trabalho.

Fundação de Saúde

O secretário de saúde de Rio Claro, Dr. Djair C. Francisco, diz que a nova gestão está empenhada em implementar o plano de ação apresentado pelo comitê, com o objetivo vigoroso de reduzir os índices preocupantes e postos em contrariedade com a condição privilegiada do município. “Rio Claro é uma cidade progressista, dotada de políticas públicas inteiramente focadas no bem estar e no interesse da população. Envidaremos todos os esforços no sentido de enfrentarmos a ocorrência deste problema”, conclui.

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