A rainha do rock e sua forte ligação com a Cidade Azul

Da esquerda para a direita: Domingos Padula di Salvo, Clarice di Salvo, Caru, Romilda Padula Jones, Ofelia Padula. Na frente, da esquerda para a direita: Rita Lee Jones, Elisabete Pila, Ana Rita Padula

O Brasil perdeu, na segunda-feira (08), a rainha do rock nacional, Rita Lee Jones de Carvalho, aos 75 anos. Cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora, ativista, Rita fez despontar seu nome na década de 60, durante o tropicalismo, com a banda Os Mutantes.

O anúncio da morte da cantora foi feito através de suas redes sociais oficiais. Um post que dizia “comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no fim da noite de ontem, cercada de todo amor de sua família, como sempre desejou”, foi publicado na manhã de terça-feira (09).

O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, nesta quarta-feira (10), das 10 às 17 horas. Após, o corpo será cremado em uma cerimônia particular, conforme a vontade da artista.

RIO CLARO

Rita Lee sempre possuiu uma ligação com Rio Claro. Sua mãe, Romilda Padula Jones, carinhosamente chamada de Chesa pela família, é natural da Cidade Azul e trouxe por diversas vezes Rita, quando pequena, para passar férias na casa dos familiares.

A empreendedora Fernanda Padula é prima de Rita Lee. “A mãe de Rita é irmã do meu bisavô, Antonio Padula Neto, conhecido como Nico. Ele era o mais velho e Romilda a caçula, então quando o Nico estava  tendo seus filhos, a Romilda estava nascendo, era uma família de dez irmãos”, conta Fernanda.

Segundo a empreendedora, Chesa vinha para Rio Claro passar as férias, visitar a família, com a Mary, irmã mais velha de Rita, já falecida, com Virgínia, irmã do meio, e com Rita, que era a caçula.

“Todos foram criados com muita proximidade, por conta da idade. Eu me lembro do meu contato com Rita ainda criança, ela já mais velha, aquela tia que fazia bagunça com as crianças e eu, pequena, ficava com um pouco de medo, pois ela rolava no chão. Fui conhecer mesmo a dimensão da artista que ela é em 1992, em um show no PHD, me apaixonei pela profissional e desde então a segui em shows e em tudo que pude”, relata.

BIOGRAFIA

Em sua autobiografia, lançada em outubro de 2016, a artista abriu seu baú e narrou importantes passagens de sua vida, como alguns momentos vividos por seus pais na cidade de Rio Claro, onde se conheceram em um baile de carnaval no Grupo Ginástico Rioclarense.

Romilda Padula nasceu e cresceu na Cidade Azul. Já seu pai, Charles Fenley Jones, filho de imigrantes norte-americanos, nasceu em Santa Bárbara d’Oeste e, quando jovem, após formar-se dentista, veio para Rio Claro.

“Conheceram-se num baile de carnaval no clube Ginástico de Rio Claro, interior de São Paulo. Chesa, a esfuziante colombina italianinha, caçula de nove irmãos, avistou Charles, o desajeitado arlequim gringo, dentista recém-formado e novo morador da cidade. O que se sabe é que no fim da noite sobrou o papel do pierrô abandonado para Ulysses Guimarães, moço rio-clarense que também paquerava Chesa e sua amiga Dalva de Oliveira, com quem minha mãe dava canjas em festas e recitais da cidade. Diziam os italianos que Ulysses teria conseguido conquistá-la, não fosse a repentina chegada no pedaço do vilão americano”, contou Rita, em seu livro.

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