Familiares e amigos se despediram esta semana de Jean Carlos Fonseca Milani, 28 anos. Com problemas de saúde, ele estava internado desde o dia 19 de março no Hospital São Rafael, quando veio a óbito na última terça-feira (5). Mesmo diante da dor do luto, a família manteve o desejo dele de alguns anos: ser doador de órgãos.

“Jean sempre foi um irmão tímido mas extremamente carinhoso, que amava a família. Um amigo para todas as horas. O futebol era uma de suas paixões. Jogava bola como zagueiro e torcedor fiel e fissurado pelo Palmeiras. Preocupado com o próximo manifestou seu desejo em ser doador de órgãos e nós não poderíamos simplesmente ignorar essa vontade. Deixou com muito amor um pedacinho dele e salvou outras vidas”, revelou a irmã Agatha Milani.

Jean teve o coração, rim, fígado e córneas doados a outros pacientes que estavam na fila de transplante. A identidade dessas pessoas que receberam os órgãos é mantida em sigilo.

“A doação de órgãos é um momento em que os sentimentos estão em seu extremo. A dor da perda e o ato de amor ao próximo em um único momento e decisivo que pode e irá salvar tantas outras pessoas nas longas filas à espera de um novo órgão pra continuar a viver. É um ato de amor extremo em um momento tão difícil”, afirma Cinthia Cristina Candido dos Santos (enfermeira coordenadora da CIHDOOT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes).

“Um doador pode salvar até oito vidas e isso é muito importante que seja divulgado. Existem muitos mitos sobre a doação de órgãos, então, converse com o hospital, tire as dúvidas, porque doar é um ato de amor. Precisamos conscientizar as pessoas sobre isso”, diz Carlos Spatti, gerente de enfermagem da Santa Casa de Rio Claro.

Este ano foi a segunda doação de órgãos registrada na Santa Casa de Rio Claro que no ano passado teve três no total. De janeiro a dezembro de 2021 foram doados um coração, dois pares de córneas, três rins e três fígados.

Homenagens

Nas redes sociais muitas homenagens foram prestadas a Jean. A família (mãe Madalena, pai Rogério e irmãs Agatha e Gabrielly) agradeceu a todas as manifestações e deixou a seguinte mensagem: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” – 2 Timóteo 4:7.

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