Emerson Luiz da Silva, de 44 anos, conta um pouco de sua história, da violência sofrida aos 17 anos e de como sua vida está atualmente; conheça o projeto “Menino do Dedo Verde”
A vida de Emerson Luiz da Silva, de 44 anos, rio-clarense, formado em gestão ambiental está voltada exclusivamente para seu sustento e o desenvolvimento de seu projeto “Menino do Dedo Verde”, focado em aulas de agricultura, turismo rural, proteção do meio ambiente, entre outros pontos.
O objetivo do gestor e motorista de aplicativo, é dar um significado maior a existência das comunidades e sua importância na preservação da natureza. O desenvolvimento do projeto é amparado por apoiadores do município, foi desenvolvido há anos em parceria com uma empresa local, mas ainda requer investimento.
“Estamos locando nosso projeto em um espaço em Ipeúna (foto abaixo) e toda ajuda é bem-vinda. Buscamos apoiadores e nosso intuito é disseminar a consciência ambiental através da participação de cursos de paisagismo, jardinagem e horticultura, junta a crianças e adolescentes, que aprendam uma profissão e coloquem os ensinamentos práticos a serviço da comunidade”, explica.
A história com Laerte Orpinelli
Com uma história de luta e ressignificados, Emerson tem sua vida atrelada com a história de Rio Claro não apenas por ter nascido na Cidade Azul. Silva é um sobrevivente de Laerte Orpinelli, o conhecido “Maníaco da Bicicleta”, que teria cometido por volta de cem assassinatos.
Orpinelli era natural de Araras, faleceu em janeiro de 2013, em Iaras, onde cumpria pena pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor, homicídios e ocultação de cadáver. A história de Orpinelli aterroriza a cidade de Rio Claro até os dias de hoje, onde os relatos volta e meia surgem e muitas vezes, são ouvidos pela própria vítima.
“Trabalho como motorista de aplicativo e algumas vezes a conversa acaba voltando. Fui vítima de Laerte Orpinelli quando tinha 17 anos, trabalhava na área de plantas e por alguns dias ele teria me vigiado, quando percebeu a oportunidade propícia, tentou me atacar, mas consegui fugir, cravando uma machadinha em suas costas, que eu utilizava como instrumento de trabalho. Tudo isso aconteceu perto da região do antigo Horto Florestal, desenvolvi pânico, fiquei fora de Rio Claro por anos, mas voltei por necessidades médicas, desde criança possuía uma diferença nas pernas e precisei de cirurgias”, relata.
Não permitindo se definir pelo fato ocorrido em maio de 1996, Emerson conta que enfrentou síndrome do pânico, depressão, entre outros problemas relacionados ao trauma vivido. Foi exposto de formas que não gostaria, mas atualmente segue a vida e busca fazer a diferença. “Meu objetivo é o projeto e gostaria de poder contribuir com o futuro da nossa cidade e de nossas crianças. Quem sentir-se à vontade para ajudar, meu contato é (19) 99651-5961”, finaliza.