Lucas Calore
O trânsito de Rio Claro volta a chamar a atenção do poder público e da própria população. Dados estatísticos da Secretaria da Segurança Pública, órgão ligado ao Governo Estadual, mostram que de janeiro a agosto de 2017 foram 708 acidentes de trânsito no município, com nove casos de vítimas fatais.
O número impressiona quando comparado às cidades da região. São Carlos, no mesmo período, registrou 182 acidentes no trânsito. Limeira chegou próximo do total de Rio Claro, com 706 ocorrências. Já Araras, 521 acidentes. A Cidade Azul só perde para Piracicaba, que obteve no mesmo período 1.130 casos, no entanto sem mortes.
Opinião pública
A estatística em Rio Claro dá uma média de três acidentes por dia somente neste ano. Tania Aparecida Rodrigues tem experiência de mais de 20 anos dirigindo na Grande São Paulo, onde o tráfego é muito maior. Hoje morando no município, faz uma crítica. “Temos elevado número de motoristas carecendo de praticar condução defensiva. Particularmente, estou sempre torcendo para não ser vítima dos que conduzem sem atenção”, disse.
Já o leitor Fabrício Bellato diz que é bastante complicado andar a pé pelas ruas e avenidas da cidade. “Pedestres aqui têm que tomar cuidado por ele e pelo motorista/motociclista, porque não respeitam [os condutores] faixas, sinais de pare, semáforos”, opinou.
Hamilton Ansanello reforça: “O motorista rio-clarense, salvo exceções, precisa aprender o que é seta e o que é sinal de ‘pare’”. Ana Claudia Baltieri também alerta. “Já vi muitas vezes pais que trafegam com seus filhos sem cinto de segurança e cadeirinha”.
Imprudência, diz secretário sobre dados
O secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Rio Claro, Marco Antônio Bellagamba, lembra que a frota de veículos equivale a quase um veículo por habitante no nosso município: “Aliado ao fato de termos ruas estreitas e quarteirões curtos, fato que contribui de forma drástica para o acontecimento de acidentes de trânsito”, diz.
No entanto, o comportamento dos motoristas também se sobressai nas ocorrências. “Ao analisarmos, afirmo que em sua grande maioria ocorreram por imprudência, imperícia e negligência por parte dos condutores de veículos. Outra questão é a quantidade de placas que são furtadas e ou danificadas, fato que, certamente, colabora com acidentes. Estamos trabalhando de forma incansável para resgatar conceitos de direção segura e combater, veementemente, a cultura da ‘inversão de valores’ no trânsito”, finaliza.