Folhapress

Após ele mesmo ter demorado a adotar medidas para conter a pandemia de coronavírus, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou a OMS (Organização Mundial da Saúde) de não ter tomado as providências necessárias e ameaçou cortar os fundos da entidade, segundo o New York Times.
“Vamos fazer uma retenção no dinheiro gasto na OMS, vamos fazer uma retenção poderosa e vamos ver”, disse o presidente, de acordo com o jornal americano. “Eles erraram. Eles erraram. Eles realmente erraram.”
O orçamento de US$ 5 bilhões (R$ 26,1 bilhões) da OMS é formado por financiamentos de diversos países. Em 2017, o último ano com dados disponíveis, os EUA investiram US$ 111 milhões (R$ 580,3 milhões), de acordo com as regras da organização, mas contribuíram com US$ 401 milhões (R$ 2,1 bilhões) adicionais, de forma voluntária.
“Não fechem suas fronteiras para China, não façam isso”, disse Trump, parafraseando a organização ao mesmo tempo em que acusava de não terem visto o surto quando começou em Wuhan, na China, publicou o jornal americano. “Eles não viram, como não se vê isso? Eles não viram. Eles não relataram. Se viram, eles devem ter visto, mas não relataram.”
No Twitter, Trump também atacou a entidade ligada à ONU. “Eles realmente estragaram tudo. Por alguma razão, amplamente financiada pelos EUA, mas ainda assim muito centrada na China. Vamos dar uma boa olhada. Felizmente, rejeitei o conselho de manter nossas fronteiras abertas para a China, no início. Por que nos deram uma recomendação tão deficiente?”
A OMS, no entanto, publicou seguidamente declarações sobre a emergência de coronavírus na China e seu movimento ao redor do mundo. Ainda no início da crise, a organização considerou que havia uma emergência de saúde pública de proporções internacionais.
Já nos EUA, o primeiro caso confirmado de Covid-19 foi em 21 de janeiro, mas Trump declarou estado de emergência nacional 52 dias depois, em 13 de março, e minimizou a crise em diferentes ocasiões. De acordo com especialistas em saúde pública ouvidos pelo New York Times, essa atitude do presidente retardou a resposta do país, com testes lentos e falha no estoque de equipamentos de proteção.

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