Lambretta: A paixão italiana que conquistou o Brasil nos anos 50. Diego ganhou uma do pai há 25 anos e quer passá-la ao filho.
Ela começou a ser fabricada no Brasil em 1955. A Lambretta Standard do empresário Diego Alessandro Rossetti é de 1958, tem origem italiana e foi importada pela Lambretta do Brasil. É totalmente original, inclusive sua cor vermelho e branco, possui placa preta. “A placa preta é a coroação de um veículo de colecionador, significa que tem mais de 80% de originalidade nela” explica Diego.
Ele é o terceiro proprietário do veículo, seu pai a adquiriu para dar de presente a ele “essa Lambretta está comigo há 25 anos, ela veio de uma outra geração da minha família, era do meu tio que também adquiriu na época de um outro proprietário, e a ideia é passar ela para o meu filho Otto que tem 3 anos, mas já curte comigo” declara o empresário.
Diego já viveu várias situações com a Lambretta, participa de encontros e eventos, conta que cada passeio é uma surpresa diferente, se referindo a possíveis problemas que ela possa dar. Participa de um grupo de ‘lambreteiros’ de Rio Claro, e garante: “cada um tem uma história bacana para compartilhar”.
Sempre que possível, leva a família junto, “todos em casa sabem da minha paixão pelos antigos”. Diz que, como todo apaixonado por 2 rodas, gosta de rodar nessas viagens por aí, “nos encontramos em grupos e nos deslocamos para outras cidades da região como Limeira, Araras, Piracicaba, Leme e Pirassununga”, e apesar de não ter vivido naquela época garante que vive uma nostalgia nessas viagens.
Mesmo com estradas boas, fala que a atenção precisa ser redobrada, “apesar delas estarem em pleno funcionamento elas tem as limitações devido a idade e mecânica, então nós vamos dentro do limite delas, respeitando a idade da Lambretta” e completa “é muito gostoso circular e ver as pessoas buzinando e perguntando, isso é de enorme satisfação pra nós que gostamos de ter algo diferente”.
Diego conta que todas as lambretas, independente de ano e modelo, possuem modelo dois tempos, combustão a gasolina com mistura de óleo dois tempos pra que seja feita a lubrificação dela normalmente. São com 3 e 4 marchas (a dele tem 3), todas no punho, a velocidade tem rendimento em torno de 80km/h e em alguns casos chega a 90km/h, mas sempre com uma certa limitação.
O modelo dele é com motor 150cc, tanque para 5 litros, pedal de partida, acelerador de pé “facilita a locomoção, mudança ou indicação de faixa” comenta, banco garupa com baú em baixo (a dele se tornou uma caixa para ferramenta), trava de capacete original, capacidade para transportar até 150 quilos aproximadamente, freio traseiro no pé direito.
Segundo Diego o mais comum era freio a tambor, em alguns casos vinha como acessório na produção o freio a disco, na traseira da Lambretta um estepe “o estepe é uma característica de toda lambreta, um diferencial de todas as motos da atualidade”. Diz que os frisos também são características muito significativas “muito cromado, vários detalhes que não se veem mais hoje”. E ainda completa: “uma particularidade de lambretas é que ela não possuem seta então temos que fazer um certo malabarismo pra poder indicar a mão de direção que vamos tomar”.
Mas o ponto crítico para os lambreteiros é a manutenção que é alta e tem poucos profissionais especializados. Diego fala que a restauração é um processo lento e custoso, e vai muito do capricho do proprietário, por isso não é um veículo para o dia a dia. O pai dele restaurou o veículo há 25 anos e Diego diz que dá trabalho mantê-la, mas não abre mão disso “como um apaixonado pela Lambretta eu mantenho ela nesse padrão atual”.