Considerando dados até 1º de junho, 59.356 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose e 29.657 receberam a segunda em Rio Claro. Os números representam 29% e 14%, respectivamente, da população local.

Apesar do índice de vacinação estar abaixo dos 75% ideais para controlar a pandemia, com base nos estudos da CoronaVac em Serrana (SP), análise do Grupo de Trabalho de Monitoramento da Unesp Rio Claro (GT) avalia que a campanha de imunização já mostra os seus efeitos.

“Para encontrar pistas da efetividade da vacinação na pandemia em Rio Claro, dividimos os casos, internações e óbitos em dois grupos de idade: o primeiro de idosos com mais de 60 anos e outro de não idosos, incluindo adultos, adolescentes e crianças. É um procedimento simplificado, mas pode ajudar a entender os efeitos da vacina”, explica o pesquisador Dr. Eduardo Kokubun.

Desde fevereiro, houve 167 casos positivos da doença a menos do que os 6.986 casos que seriam esperados. A redução é de 2,4% do total de casos esperados para todas as idades e de 16,2% para os idosos.

“Com relação às internações, houve 64 de idosos para 100 não idosos antes de janeiro. Em todos os meses depois do início da vacinação, observou-se menor número de internações do que o esperado, totalizando 7,9% (95) a menos em todas as idades entre fevereiro e maio. Se considerarmos somente os idosos, foram 20,3% menos internações”, reforça Kokubun.

Os efeitos sobre os óbitos são mais expressivos. Antes da vacinação foram registrados 274 óbitos de idosos para um grupo de 100 não idosos. Com exceção do mês de fevereiro, quando houve mais óbitos do que o esperado, houve redução consistente na mortalidade desde o início da vacinação. “Até o final de maio, a redução foi de 111 óbitos, o que representa 29,8% menos ocorrências do que o esperado. Considerando somente os idosos, a redução foi de 40,7%”, completa o pesquisador do GT.

Esta análise é simplificada e baseia-se na premissa de que somente idosos foram parcial ou totalmente imunizados. Não considera nem a vacinação em outros grupos de prioridade, nem o tempo decorrido desde a vacinação, nem a existência de variantes. “Porém, é plausível admitir que, sem a vacinação, internações e óbitos teriam aumentado no mês de maio, acompanhando o aumento no número de novos casos que foi de 1.522 para 1.778 (16,8%). Ocorreu o contrário”, observa.

No entanto, o pesquisador alerta que a taxa de transmissão do vírus segue em alta no município. “Com o número de casos, ainda, elevado, o risco de transmissão do coronavírus continua alto. No estágio de vacinação em que nos encontramos, ela não é capaz de conter a transmissão do vírus”, conclui Kokubun.

(com informações https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/)

Média local

RC supera as médias nacional e estadual (1ª dose – Brasil 21,38%, SP 25,24% e RC 28,95%; 2ª dose – Brasil 10,5%, SP 12,4% e RC 14,2%).

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