Após atrito público entre secretários de Cultura e Finanças, vereador da oposição levanta documentos e afirma ter provas de supostas irregularidades
Os vereadores da Câmara Municipal não colocaram nenhum projeto de lei para ser votado na sessão dessa segunda-feira (18), assim como na semana passada. A sessão de quase 25 minutos teve mais da metade do seu tempo utilizada pelo vereador Rodrigo Guedes (União Brasil), da oposição ao Governo Gustavo Perissinotto (PSD). O parlamentar apresentou um “dossiê da Cultura”, onde segundo ele, haveria uma série de irregularidades no uso dos recursos públicos na Secretaria Municipal de Cultura.
O fato acontece uma semana depois de o titular da pasta, Dalberto Christofoletti, entrar em atrito com o secretário-adjunto de Finanças, Vinícius Pagani, durante audiência pública no plenário do Poder Legislativo onde fez questionamentos sobre os recursos para a Cultura no Orçamento 2025 (vide coluna Farol JC desta edição). No início do seu pronunciamento, Rodrigo Guedes citou o episódio após o vereador Val Demarchi (PL), também da oposição, ter citado o bate-boca da semana passada e o criticado.
Rodrigo afirmou que “o secretário de Cultura questionou seu orçamento e com tom arrogante questionou o secretário de Finanças que é do mesmo grupo político e criou-se uma animosidade entre ambos, um clima tenso, por que achou que o orçamento não é suficiente. E o de Finanças colocou na mesa que ele capitou somente neste ano de 2024 aproximadamente R$ 8 milhões de renúncias fiscais, de pessoas que colocariam esse recurso na Saúde e Educação, e tiveram a renúncia fiscal para que fosse investido na Cultura”, disse o vereador que afirmou que foi apurar a informação.
“Há mais de uma centena de CPFs que capitaram recursos financeiros a fim de difundir ações culturais. (…) É uma vergonha. Pessoas que ‘printamos’ os perfis [nas redes sociais] sendo militantes do então secretário e candidato a vereador e do atual prefeito. Esse secretário precisa de óleo para passar na cara. Empresas de fachadas fizeram transferências bancárias no nome do atual secretário. É um escárnio, vou colar em você igual carrapato. Enquanto essa denúncia estiver no Gaeco, e já está, não vou dar sossego para você”, alertou Rodrigo Guedes.
O parlamentar acrescentou, ainda, que apresentou requerimento na Câmara de Vereadores solicitando informações oficiais da Prefeitura de Rio Claro sobre quem são as pessoas envolvidas. “Vão ter que explicar as transferências bancárias, não somente a mim, mas ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado. O secretário de Finanças afirmou [ao Dalberto] ‘o senhor captou este ano R$ 8 milhões. Eu quero saber e a população também. Se há um pingo de dignidade neste prefeito, ele exonera hoje esse secretário”, finalizou. A reportagem do Jornal Cidade não obteve retorno do secretário Dalberto Christofoletti.