Nada como um ano eleitoral para aflorar as críticas à administração municipal, vindas inclusive de seus próprios integrantes
O desfecho já esperado de rompimento no acordo político entre o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) e seu vice-prefeito, Rogério Guedes (PL, de mudança para o União Brasil), trouxe uma situação um tanto inusitada para a atual administração municipal, um vice que segue no poder mas que quase que diariamente vai às redes sociais para criticar diretamente as decisões de Gustavo ou para apontar problemas na cidade que ele mesmo, em tese, ajuda a governar. Mas Guedes parece que não está mais sozinho nesta “cruzada” contra o chefe do Executivo. A chegada do ano eleitoral leva outros integrantes do governo, interessados em se projetar para lançar suas candidaturas, a sair pelas ruas registrando buracos, mato, pontos abandonados, moradores de rua, escuridão, ou qualquer outro motivo que justifique uma crítica à atual administração.
Partem do raciocínio lógico de que ser pedra rende muito mais popularidade do que estar como vidraça. Porém, vivem a mesma curiosa condição do vice, de abrir fogo contra o governo que integram e de onde sacam mensalmente seus vencimentos. Seria uma espécie de autocrítica indireta?
Além dos chamados “boquinhas”, também começam a pipocar os casos de vereadores e integrantes de partidos que teoricamente integram o apoio a Gustavo apontando as falhas na gestão do município. Onde imperou o silêncio nos últimos três anos, agora já se ouvem as trombetas do apocalipse que Rio Claro estaria vivendo, na avaliação destes novos críticos. Uma outra pergunta fica no ar: quais seriam os motivos para o prefeito ainda segurar esses nomes entres os ocupantes dos chamados “cargos de confiança”. Imaginem se não fossem.
“Ele está em crise de identidade, ele precisa saber quem ele é (…) sim, ele tem apoio, aquelas para quem ele deu cargo” – Francisco Quintino, presidente do diretório do Solidariedade, sobre estratégia do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) de reunir grande bloco de partidos, de diferentes ideologias, na busca pela reeleição. O Solidariedade tem como pré-candidato a prefeito o médico José Martiniano Grillo Neto, que também é apontado como um dos nomes de vice para chapa com Rogério Guedes (PL, de mudança para o União Brasil).
Herança – Sai ano, entra ano, e os problemas causados pelo abandono da antiga “Quadra do Ribeiro” (foto abaixo), na Avenida 23 com a Rua 3, no Cidade Jardim, continuam. O que vem preocupando os vizinhos agora é o acesso fácil ao local, devido aos danos no portão. A questão do mato alto foi resolvida recentemente, mas também gerou problemas durante meses. Vale lembrar que o terreno, que pertence ao patrimônio do estado de São Paulo, já foi cogitado para abrigar a sede do Instituto Médico Legal – IML e o Batalhão da Polícia Militar, projetos que não saíram do papel. A última proposta foi a de uso para construção da nova Câmara Municipal, mas até o momento segue só no campo das ideias.
lll Azedou
Nos bastidores da federação PT, PC do B e PV, já começam a surgir as primeiras desavenças. Integrantes do Partido Verde declaram publicamente seu descontentamento com a condução do grupo pelo pré-candidato a prefeito e presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores, João Guilherme. E, como consequência, ameaçam trazer a discórdia para a definição sobre o nome que vai disputar o Executivo.
lll Curativo
Prometida há meses mas ainda não iniciada, a pavimentação do Jardim Nova Rio Claro é tema de evento que a prefeitura anuncia para esta segunda (29), às 19 horas, na Rua 19 número 202, no mesmo bairro. “Asfalto no Nova Rio Claro é realidade. Chegamos” é o título do convite divulgado para a comunidade nesse sábado (27). Segundo o convite, o Nova Rio Claro vai receber a maior intervenção viária que já vivenciou.
lll “Delay”
Não há o que desmerecer no anúncio, já que há décadas e há vários governos os moradores esperam pelo asfalto. Se concretizado, merece os louros. Mas uma coincidência chama a atenção. O evento só foi anunciado após as críticas devido ao acidente em que uma motociclista foi atropelada pelo condutor de um ônibus do transporte coletivo na última quinta-feira. O caso gerou queixas, porque as ruas do bairro também não têm sinalização.