Vivian Guilherme

Situação das represas que abastecem Cordeirópolis está crítica gerando risco de colapso no abastecimento
Volume da cava de mineração reduziu cerca de 40 metros, segundo informações de funcionários do SAAE

Enquanto Rio Claro sofreu com alguns pontos de alagamento ao longo da semana devido às fortes chuvas, Cordeirópolis continua com problemas no abastecimento. A reportagem do Grupo JC/Jornal Regional percorreu os pontos de captação na cidade e verificou que o nível da água não sofreu nenhuma interferência devido à pouca chuva que caiu no município.

Em conversa com funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cordeirópolis (SAAE), apuramos que se as chuvas voltarem à constância habitual, talvez, em dois anos o volume da represa de Cascalho volte ao normal. Conforme brincou um deles: “Chove até o limite de Rio Claro, o limite de Limeira, de Araras, mas em Cordeiro não cai uma gota”.

Comentam ainda que a represa não está abastecendo Cordeirópolis, apenas o bairro de Cascalho e que diariamente o nível vem diminuindo. Segundo os funcionários, a água da represa está abaixo do alcance da régua que mensurava o nível, sendo que o cano que capta a água já não o faz mais, sendo preciso utilizar outros recursos para o processo.

Sobre o novo recurso encontrado pela prefeitura, a captação de água em uma cava de mineração, os funcionários também fazem um alerta: “o volume de lá também já diminuiu 40 metros”.

Ao que tudo indica as punições aos moradores que desperdiçam água e o rodízio no fornecimento em nada ajudaram a conter o desperdício. “Final de semana era só andar por aí para ver gente enchendo piscina e lavando calçada”, esbravejou um dos funcionários. Revoltado com a falta de consciência dos moradores, completou, “se as pessoas soubessem o trabalho que dá captar a água, tratar, bombear, distribuir, não ia ter coragem de jogar na calçada”.

Outro colega defende ainda mais rigor na distribuição de água e complementa, “se não economizar e não voltar a chover nem vai ser preciso pensar em diminuir ainda mais a distribuição, vai ter que fazer, porque não vai ter outra alternativa”.

Ao acompanhar o trabalho dos funcionários do SAAE, a reportagem do JR pode perceber a dedicação da equipe para que o serviço seja realizado com eficácia e também todo o esforço exigido pela função, sobretudo, nesse período.

Em nota enviada à imprensa, a prefeitura também alertou para escassez neste período de calor. De acordo com o presidente do SAAE Giovane Genezelli, embora chovendo ainda há necessidade de ficar atento, sendo que do dia 1º até dia 14 choveu em Cordeirópolis 91 mm. No mesmo período do ano passado já havia chovido 157 mm. Diante disso é importante que haja uma conscientização do uso da água para que o abastecimento não seja comprometido ”, explicou o presidente do SAAE, Giovane Genezelli.

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