Carine Corrêa
Dona Cícera e Marinilda. Ambas são do Estado de Alagoas e há cinco anos moram nos casebres situados em uma área pública no bairro Parque São Jorge, Rua 10 com a Avenida 29. Nessa terça-feira (5) as pessoas que ocupam os barracos de forma irregular receberam uma notificação da Prefeitura ordenando para que desocupem a Área de Proteção Permanente (APP). “Nós não temos pra onde ir. Estou fazendo esse apelo pra que as autoridades ajudem a gente pra conseguir casas populares. Tem que olhar o nosso sofrimento, da vida que levamos no barraco. Uma vida sofrida. Queremos moradia para criar nossos filhos”, desabafam a idosa Cícera e sua nora, Marinilda.
“Viemos de Alagoas com o objetivo de trabalhar e ter uma vida melhor. Onde morávamos não tínhamos casa também. Queremos que as autoridades nos ajudem. São mais de 20 barracos com muitas famílias”, diz Marinilda. Cícera calcula que por dia seu ganho na reciclagem varia entre 5 e 20 reais. “Tem dia que não ganho nada”, completou. As duas mulheres ainda relatam as dificuldades de morar ao lado do lixo e do esgoto. “Não escolhemos esta vida, mas é a que temos”, completaram.
Prefeitura
Questionada, a Prefeitura informou que está tratando do assunto por meio de vários setores municipais, entre eles a Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social, “que está fazendo o cadastramento das famílias invasoras por meio do Centro de Referência de Assistência Social da região do Jardim Independência, visando oferecer a orientação cabível caso a caso”. Sobre a questão da habitação, a Prefeitura informou que “a condição de invasor de área pública não é necessariamente indicador para seleção no cadastro habitacional do município”. Disse ainda que a desocupação é necessária por se tratar de Área de Proteção Permanente (APP) que, nesse caso, também é uma área de risco, imprópria para receber moradias.