Dos 25 quiosques disponibilizados na Rua 1, área central de Rio Claro, a maioria está com as portas fechadas. O motivo segundo os poucos que ocupam o espaço é o pouco movimento e a falta de opções e variedades que poderiam atrair a clientela: “Em três meses que eu estou aqui se eu vendi trinta reais foi muito”, afirma Maria Aparecida Stanfoca.

A vizinha de quiosque Adriana Gomes passa pela mesma situação: “Chego a ficar semanas sem vender nada. Moro nos Jardim das Nações, são mais de 10 quilômetros até aqui. Meu marido tem câncer e eu com 53 anos não arrumo emprego. Ainda insisto em ficar aqui porque de vez em quando aparece uma encomenda que é melhor do que nada. Almoço no um real, gasto com passagem de ônibus e muitas vezes acabo no prejuízo”.

Recém chegada no espaço dos quiosques, Célia achou que seria mais fácil as vendas: “Estou há um mês aqui e em vez das pessoas olharem meus panos de prato, capas para botijões sou eu quem fico olhando o movimento do vai e vem das pessoas porque vender mesmo está difícil”.

Solução

Para quem já está nos quiosques e para quem quer dar início a uma atividade no local, a saída seria uma diversificação do que possa ser vendido: “Queríamos ter o direito de vender o que a população procura e acreditamos que a comida seria a saída para ganharmos dinheiro. Pensaríamos em algo embalado, tudo muito nem feito. Só nos é autorizado vender artesanato e tudo ainda 100% feito por nós, não podemos revender nada”, diz Adriana.

A desempregada Marici Barberato, que recentemente ganhou o direito deusar um dos espaços, também lamentou: “A minha ideia era vender ou caldo de cana ou ovos mas fui barrada. Não sei fazer artesanato mas quero ter o direito de trabalhar. Eles alegaram que a qui não pode comida por conta da fulige dos ônibus. Mas fica ambulante com carrinho vendendo de tudo na estação e as lanchonetes em frente. Pessoal vai em frente ao AME. as feiras livres. Por que só nós não temos esse direito?” lamenta.

Prefeitura

O JC questionou a Prefeitura Municipal sobre a situação que se limitou a dizer que: “A venda de produtos alimentícios nos quiosques da Rua 1 não é permitida por que as instalações não atendem as normas sanitárias de comercialização de alimentos”. No texto, apesar do questionamento da reportagem, não é citado porque não existe fiscalização para ambulantes no espaço nem porque em outros locais, ao ar livre, é autorizado.

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