: Dra. Soraia Cristiane Cassab Acosta – Clínica Médica-Pneumologia – Medicina do sono adulto e infantil – CRM 87528

Publieditorial

A Síndrome de Apneia do Sono (SAOS) ou (SAHOS) é uma doença crônica e evolutiva caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias, causando paradas repetidas e temporárias da respiração durante o sono. A respiração para porque as vias aéreas fecham, impedindo que o ar chegue aos pulmões e a  todos os outros órgãos.

A APNEIA é a interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de, pelo menos, 10 segundos nos adultos. Já a hipopneia é a redução de 30-50% do fluxo aéreo.

Existem várias causas para apneia, por exemplo:

  • quando os músculos da garganta e língua relaxam mais que o normal (ocorre no aumento da idade e ingesta de álcool, p.e.),
  • quando há amígdalas, adenóides aumentadas e desvio de septo do nariz,
  • má formação óssea da face,
  • obesidade, sem dúvida é a principal causa.

Com as comodidades da vida moderna, o homem não precisa gastar a mesma quantidade de energia que gastava antes. Isso, somado ao aumento da ingesta calórica, leva a aumento da gordura visceral (síndrome metabólica). Por ex: a circunferência do pescoço no homem não deve passar de 43 cm e na mulher 38 cm. Quem está privado de sono por algum motivo, como a própria apneia do sono, tem mais vontade de ingerir carboidratos e aí, forma-se o círculo vicioso.

O ronco é um dos principais sintomas da apneia (Foto: reprodução)
O ronco é um dos principais sintomas da apneia (Foto: reprodução)

Os principais sintomas da apneia do sono são o ronco e a sonolência excessiva diurna, pois a cada redução na oxigenação do sangue, há uma reação de “hiperalerta” e um microdespertar  (fragmentação do sono).

– Outros sintomas: acordar com sensação de sufocamento, ofegante, com dor no peito ou desconforto, boca seca ou dor de garganta pela manhã, alteração na personalidade, dificuldade de concentração, impotência sexual e irritabilidade.

A apneia aumenta a probabilidade do desenvolvimento de doenças potencialmente fatais como hipertensão arterial, arritmias, insuficiência cardíaca, derrame cerebral, diabetes, doença de Alzheimer e em alguns estudos recentes tem se relacionado a privação de sono à produção de células cancerígenas.

Um estudo de 2007 realizado pelo Instituto do Sono ligado a FAPESP (Estudo Episono) comprovou que 32% da população de São Paulo têm apneia do sono. Dados mostram que 85 a 90% da população mundial que convivem com a doença e não receberam qualquer diagnóstico ou tratamento. O diagnóstico é feito através de uma polissonografia que avalia todos os sistemas mais importantes e, em casos selecionados, pode ser domiciliar (paciente dorme em casa e não no laboratório).

Nem todos os roncadores e obesos tem apneia, mas há uma grande probabilidade desses fenótipos estarem relacionados à doença.

Mudanças nos hábitos de vida podem contribuir muito com a melhora da apneia do sono. Perder peso, evitar consumo de bebidas alcoólicas, evitar comidas “pesadas” antes de dormir, evitar fumar 4 horas antes de dormir e elevar a cabeceira da cama em 15 a 20 cm são medidas simples e eficazes quando o quadro é leve.

A apneia é um problema médico grave, com potencial para alterar a vida da pessoa, e estudos recentes têm comprovado que TRATAR A APNEIA DO SONO PODE PROLONGAR A SOBREVIDA DO PACIENTE EM ATÉ 10 ANOS.

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